Anita Wietrynska é uma arquiteta polonesa que trabalha em Moscou e está passando as férias na América do Sul. Em janeiro ela ficou uma semana na Praia do Rincão, em Içara, e agora está passando uma semana em Criciúma.
Eu fiz uma entrevista rápida com ela para saber suas impressões sobre a cidade.
Nesse meio tempo ela visitou a Lagoa dos Esteves, a Dioxxy, o Xis do Jorginho, o Mampituba e caminhou pelas ruas do Centro até o bairro Cruzeiro do Sul.
Ana: O que tu achou da Praia do Rincão?
Anita: Claro que não é como Ilhabela ou Florianópolis, mas eu achei uma praia bonita porque é bem longa e em um dia claro você pode ver até o horizonte. Também foi o único lugar do Brasil em que eu vi uma serração tão forte pela manhã, e também achei isso bonito.
O que me incomodou foram os carros circulando pela orla. Eu queria deitar na areia e ficar curtindo a praia, mas especialmente agora em março os carros passam em alta velocidade e eu fiquei com medo de ser atropelada.
Ana: E que tal Criciúma?
Anita: Achei uma cidade interessante porque tomando um ônibus você logo está na praia e tomando outro você logo está na “floresta”. Também tem uma topografia interessante, com vários morros. Em um dia quente de sol é cansativo para caminhar, mas a vista da cidade nos lugares altos compensa.
Também achei a cidade muito limpa e me senti segura andando nas ruas com a minha câmera. Em outras cidades do Brasil eu ficava com medo de ser assaltada. Além disso é muito arborizada e, por não ter edifícios muito altos para fazer sombra, tem ruas ensolaradas e agradáveis de andar a pé.
Ana: O que você achou da arquitetura da cidade?
Anita: Eu cresci em uma cidade de 40.000 habitantes chamada Nowa Sól. Lá os edifícios são quadrados e sem detalhes, ao contrário dos de Cricíuma, que são extremamente detalhados, mas confesso que não achei eles muito bonitos não. O edifício que mais me chamou a atenção foi o Vieira Bastos, achei que a combinação das cores escuras com as janelas de madeira e as plantas dá vida à construção e fiquei curiosa para ver como ele é por dentro.
Também me chamou atenção o fato de os prédios terem azulejos na fachada. Gostei da variedade de cores e da textura, especialmente dos bem pequenininhos, dá vontade de passar a mão nas paredes. Na Polônia se forravam os corredores dos prédios com azulejos bem trabalhados, mas com o comunismo ficou difícil conseguir azulejos e esse costume se perdeu. Hoje essas pastilhas pequenas são bem caras na Europa, e, por causa do cilma, não são usadas nas fachadas. Lá se usam peças enormes, tipo porcelanato, mas acho que ficam feias nas paredes.
Ana: A Dioxxy era uma casa antes de ser uma balada. O que tu achou da noite sertaneja?
Anita: Gostei muito da música, achei divertida, mas quando você me falou que seria uma festa sertaneja imaginei que as pessoas iriam vestidas a caráter. Achei as mulheres lindas, super arrumadas e cheias de glitter, mas não achei que combinou muito com a ocasião. Na Europa as meninas saem para beber de jeans e camiseta, e só se vestem assim para ir às baladas eletrônicas. Fiquei impressionada ao ver meninas super novinhas carregadas na maquiagem e visual sensual.
Como arquiteta não gostei da escada que leva aos andares superiores. Ele é muito estreita e em alguns pontos só passam duas pessoas de cada vez. Isso é bom para as pessoas se conhecerem, vi que muitos caras puxam papo lá, mas em caso de incêndio seria um desastre! De resto, o local e a vista são muito bonitos, e tem uma boa quantidade de cadeiras confortáveis para sentar e conversar.
Ah, outra coisa que me chocou foi quando vi as pessoas jogando copos e latinhas no chão. Eu nunca tinha visto isso. Depois de um tempo a gente começa a tropeçar no lixo e o chão fica colando por causa da cerveja derramada. Faltam lixeiras.
Anita na Dioxxy
Ana: O que tu achou da comida daqui?
Anita: Uma coisa interessante que vocês têm aqui é comida à quilo. Achei fantástico, lá na Europa não tem. Você mesmo pode se servir e colocar no prato só o que pretende comer, além de apropriado é econômico! Gostei demais dos lanches tipo Xis Salada da região, se pudesse teria comido todos os dias. Me lembrou de uma comida polonesa bem parecida chamada Knysza.
Também gostei muito do café do Fino Sabor, porque é tudo pequenininho e você pode ir provando um pouco de cada coisa até se dar conta que comeu um montão. Achei engraçado o fato de que enquanto nós estávamos lá só haviam mulheres no recinto.
Ana: E que tal o Clube Mampituba?
Anita: Acho que um local com uma natureza tão bonita poderia ter uma arquitetura que aproveitasse mais a vista, e se integrasse com ela. A idéia de ter um clube tão perto da cidade é ótima, só fico com pena das pessoas que não podem comprar um título e desfrutar desse lugar. Por outro lado é bom porque a quantidade de pessoas é controlada e evita que lote demais.
segunda-feira, 30 de março de 2009
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Muito boa a entrevista!
ResponderExcluirSó uma coisa: se sentir seguro caminhando pelas ruas de Criciúma é algo que não se vê mais com tanta frequência. Bom que pelo menos ela achou isso. =]
Engraçado que a entrevista com a Anita Wietrynskad me remete a um fato interessante. Já faz aproximadamente 500 anos que os europeus sofrem um "choque cultural" ao visitar o Brasil. Destaque para a falta de educação de nosso povo em jogar lixo no chão. Anita, a nós não faltam lixeiras, falta vergonha na cara! E depois reclamamos do preconceito brazuca no exterior. Um abraço
ResponderExcluirInteressante a entrevista.Mas mais interessante ainda é uma polenesa vir a Criciúma e não conhecer a Linha Batista,que é um bairro de colonização polonesa.Provavelmente ela nem ficou sabendo,só viu o centro da cidade.
ResponderExcluirEntrevista mais que interessante. Mas considero o Jorginho o pior X da cidade no quesito "lanche" e atendimento.
ResponderExcluirAbraços, Mi.
Pra mim o Jorginho não é so o melhor xis de crici, mas o melhor lanche do planeta. Não entendo por que os criciumenses têm essa cisma com ele. Todo mundo de fora que eu já levei lá amou.
ResponderExcluirJorginho é daqueles que o pessoal ama odiar:) Beijo no coração e sucesso
ResponderExcluirPeraí,não fala mal do Jorginho não!!!!!!Heheheheh,mas pra rivalizar com o Jorginho só o Anselmo Lanches na Próspera.
ResponderExcluirEu prefiro o X do Daniel, hehehe. Olha para onde caminhou a discussão... Um abraço
ResponderExcluirEu perguntaria o que ela acha do Lúcio Cavaler e sua LINDA pintura.
ResponderExcluirNão, não, melhor não, né??
Agora temos o shawarma Genius lanches da prospera como uma opçao o que acham heimm.... vale a pena conferir!!!!!
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