domingo, 12 de julho de 2009

Pérolas aos porcos: Caetano não é cantor de restaurante!



O show do Caetano Veloso, no Siso`s Hall, promovido pela Som Maior Premium, estava ótimo e muito bem organizado. Caetano é um poeta. O que ele faz com as palavras é fascinante, por isso até as músicas novas são gostosas de ouvir. Quando você pensa que ele vai apelar para uma rima óbvia, ele vem com uma palavra inesperada que parece não fazer o menor sentido ali, mas faz e soa bem, soa muito bem. O cenário do palco era simples e bonito, com uma asa-delta ao fundo e um telão gigante logo atrás com imagens de raios, mares, praia, água, os arcos da Lapa, Cuba e por aí vai, de acordo com a música. A banda dele é composta de uma galera jovem e creio que ele está fazendo uso disso para deixar suas músicas mais experimentais, com vários solos de guitarras e distorções. Fora que ele é louco, todo "bahianidade" e não se "avexa" nem um pouco de requebrar, rebolar e fazer trejeitos efeminados se a canção assim exige. Enfim, foi um ótimo show para quem sabia o porquê estava indo a um show do Caetano. Foi um ótimo show para quem curte de verdade música: para quem ouve os instrumentos, para quem se emociona com a sonoridade e a mistura poética de palavras.

Houve um atraso de uma hora, mas algo que não causou grande desconforto, pois estavam todos muito bem acomodados ao redor de mesas, com garçons servindo bebidas e uns petiscos. O problema é que esse negócio de a platéia sentar-se à mesa acaba atraindo pessoas que não iriam se fosse para sentar-se em cadeiras apenas para assistir ao show e curtir a música. Muitos vão porque combinam de "fechar uma mesa" e comportam-se como se estivessem em um jantar dançante, ouvindo uma banda de baile qualquer. O burburinho, as conversas e risadas altas foram constantes. Isso é muito chato para quem vai porque realmente gosta do artista!

Se é para gastar 70 ou 100 reais só para fazer um programa diferente e ouvir música junto com os amigos, que deixem para ir em alguma festa com banda de baile ou DJ. A própria Som Maior organiza várias, daquelas com músicas dos anos 70/80. Fica a dica para quem sai de casa para ouvir Caetano como se estivesse indo a um show do Matusa!

Tudo bem que o fato de ele cantar apenas músicas do álbum novo acabou deixando a platéia meio dispersa mesmo, mas tenho certeza que sem as mesas o clima de show seria mais forte, com pessoas que iriam para apreciar o trabalho de um ícone da música brasileira e não com desavisados que foram lá apenas para ouvir Sozinho, como se Caetano não tivesse coisa muito mais interessante para mostrar. E mostrou.

Espero que a Som Maior e o Adelor Lessa continuem trazendo grandes artistas e eventos desse porte para Criciúma, mas fica a sugestão: esqueçam as mesas. Criciúma já tem um bom público que aprecia eventos culturais pela experiência em si e não pelo acontecimento social.

Site oficial do cantor
Criciúma no Ego

9 comentários:

  1. cinema e música pra mim é algo meio intimista, não gosto de barulhos extras; nem em casa ouvindo meus mp3s no iTunes ou um filme na sala.

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  2. É triste um artista desse porte vir para uma cidade pequena e dar de cara com esse povinho mal educado. Não basta a dificuldade logística para chegar aqui. Infelizmente essa é a impressão que ele levará. Coitadas das mesas, que levam a culpa.

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  3. Essa tchurminha com zeros a mais, na conta e na cultura, merece é Belo e cia. Eles já fazem por merecer o Alexandre Pires, talvez Falcão.

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  4. É isso aí, Ju. Desce a lenha. Precisamos denunciar este tipo de comportamento errado e mau-educado de alguns criciumenses. Eita povinho danado.

    Ontem estive em Termas de Gravatal, com um grupo de Curitibanos. Como são educados! Pouco papel ou sujeira no fim das festas. Bem diferente daqui.

    Por outro lado, existe um pacto de mediocridade aqui na cidade. A organização simplesmente não cobra mais zelo e educação. Falta alguém com coragem para dar um puxão de orelhas nestes nababos metidos.

    Um grande abraço,
    Prof_Michel

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  5. Concordo com o Alex. As mesas não têm culpa da falta de educação de seus ocupantes.

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  6. A falta de respeito do público com o Caetano Veloso, não se restringiu apenas em Criciúma.

    Florianópolis teve o mesmo problema. O DC fez até uma matéria dizendo que o show teve mais "Zum zum do que Zii e Zie". Aqui está o link: http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2574432.xml&template=3898.dwt&edition=12690&section=1315

    A matéria é da VALÉRIA RIVOIRE, e o problema de lá, foi o mesmo daqui. As pessoas foram ao show pensando em escutar só os clássicos, mas ouviram mais músicas do repertório novo, que elas não conheciam e - consequentemente - a falação tomou conta do lugar.

    Uma pena

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  7. sua critica está excelente, realmente tinha muita gente que só foi por que foi um evento "social" um homem na mesa ao lado olhou pra mim e perguntou, o que vim fazer aqui, fui direti... pq não vai embora? ele pegou o celular e ficou jogando! ignorância pura!! mas no mais foi um show inesquecivel que valeu cada centavo gasto! tomara que criciuma continue no endereço dos grandes artistas e se alguém não gosta, que fique em casa ou vá a um Matusa!

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  8. Ju,
    Não fui no show, mas concordo contigo.
    Li em outro lugar que teve gente que não gostou do repertório novo do artista, porque não cantou as músicas de sempre...
    Quer ouvir as músicas de sempre? Compra CD ou DVD.
    SAbe o que é um artista??? Um criador e não um repetidor copiador..
    Gentinha, povinho que não sabe o que é um artista! Por favor... Caetano Veloso é um poeta e certos moradores dessa cidade merecem é o bonde do tigrão...
    Beijos

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  9. A Beatriz esta se referindo aos colunistas sociais-humoristas do Jornal A Tribuna.Os amiguinhos ricos deles não gostam de alguma coisa e eles aplicam isso a cidade toda.Quem lê aquele jornal fica com uma impressão péssima da cidade.

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