Quem mora em Criciúma sabe muito bem das dificuldades que existem em viver por aqui: atrações culturais escassas, falta de infra-estrutura, parcos investimentos no turismo, lugares em que se encontra sempre as mesmas pessoas (o que pode ser bom por um lado, mas impossibilita qualquer chance de ser apenas mais um na multidão), a obsessão coletiva em só sair de casa como se estivesse pronto para uma festa, o trânsito que já era ruim para uma cidade de médio/pequeno porte e agora está pior ainda (totalmente caótico já que as ruas estão mais esburacadas que um queijo suíço)... Por esses e outros motivos, muita gente pega suas trouxinhas e se manda daqui em busca de novas oportunidades. Mas claro que a saudade existe e é dela que vão falar algumas dessas pessoas que resolveram deixar o conforto da terra natal e partir para outras bandas.
Perguntamos a quatro desses desertores de Criciúma:
O que dá mais saudades em CriciCity?
Eis suas respostas:
Excluindo o clichê "família e amigos", eu poderia falar que sinto saudade da falta de engarrafamento e do fato de que em Criciúma é tudo pertinho, ou de bater perna no centro e ver pessoas bonitas e bem arrumadas andando por aí... Mas, como toda pessoa que adora uma gordice, não posso deixar de falar: o que eu sinto mais falta, mesmo, é do "X-Salada". É "The best of": nenhum "Xis", de qualquer lugar, chega perto dos lanches criciumenses - fato! Silvia Chaucoski, uma das editoras do Bule Voador e funcionária da Petrobrás no Rio de Janeiro - ou Hell de Janeiro, como ela costuma chamar em seu blog (@silvinha666)
Eu sinto falta dos amigos que eu encontrava sempre e da tranquilidade de fazer tudo a pé e com calma. Também sinto falta da minha família, dos meus gatos, do meu quarto e da praia do rincão ali do lado para ir sempre comer um peixinho.
Ana Reczek, fotógrafa, publicitária e agora marqueteira digital em Sampa e dando dicas sobre a cidade em São Paulo para Iniciantes (@anareczek)
Apesar de muita gente achar que eu morando em Porto Alegre (a cidade grande, capital, ou qualquer outro nome que dão) não sinto falta da terrinha. Mas sinto sim! Até porque foi onde eu nasci, cresci, e vivi 18 anos da minha vida. Além de sentir muita falta da mãe, do pai, das avós, das tias, das amigas, da tartaruga e do vizinho barulhento (hahaha esse ultimo é mentira) o que mais sinto falta de Criciúma é justamente "me sentir em casa". Não a casa física, com portas, janelas e cozinha. Mas em casa num todo. Saber ir pra qualquer lugar sem precisar consultar o google maps, ir numa determinada loja no calçadão e a dona chegar e dizer "MAS EU TE CONHEÇO DEEEEEEEESDE PEQUENINA!!!", ou até mesmo ir em algum restaurante num sábado a noite e encontrar pessoas que não via há séculos. Criciúma sempre vai ter um espaço no meu coração por ser essa cidade grande com aspectos de cidade pequena. Mas eu estaria sendo hipócrita se eu só dissesse que amo Criciúma, porque na verdade tem alguns aspectos que eu detesto. Como por exemplo, sair numa sexta ou sábado à noite pra uma "boate" é roubada: sempre as mesmas pessoas, as mesmas músicas, e claro, sempre no mesmo lugar. Eu não sou de sair muito, então pra mim pouco importa, mas isso que eu acabei de falar não é opinião só minha não. Certeza que muita gente acha isso também (além das minhas amigas criciumenses que também não moram mais em casa). Outra coisa, que aí sim, foi o principal motivo (além da faculdade) de decidir vir pra Porto Alegre, são as opções culturais de Criciúma. Sou cinéfila e amo ir ao teatro. Não vou ficar comparando Criciúma com Porto Alegre em número de salas de cinema ou teatros até porque não to aqui pra isso. Mas digamos que me sinto no paraíso, já que moro do lado de 7 salas de cinema e do principal teatro daqui! Sei que Criciúma tá mudando. Varias peças teatrais tão indo pra aí, e eu realmente fico muito feliz em saber disso. Mas apesar de tudo, eu amo Criciúma, e é lá que tá o meu porto seguro.
Isabela Zanette, estudante de arquitetura em Porto Alegre e autora do blog “baphón”, cheio de fofoquinhas sobre celebridades, OMGLulu (@IsaZanette)
Sou um recém-chegado numa puta megalópole, num novo país. Estou há um mês aqui e me acostumando lentamente a tudo que me acontece. E realmente, o que mais me dá saudade de Criciúma é a família e os verdadeiros amigos. É complicado você sair do serviço ou estar andando por Londres e saber que infelizmente não pode mais voltar para a sua casa, nem ligar para os seus amigos para encher a cara e rir nos bares. Sempre que saio da cozinha do Amberjack (restaurante onde trabalho) cansado, porém feliz por estar aprendendo a culinária de verdade, tudo que eu queria era voltar para o conforto e a paz da minha casinha aí em Criciúma, ou quem sabe no dia seguinte encontrar a Bibi para fumar um cigarrinho, receber uma visita da Ju para conversar sobre Bette Davis, escutar o riso da Carol, atender o Daniel no telefone lá na locadora, receber as visita da Fabrine, do Rafa e do Edu na locadora, mas é impossível no momento... Ah e na televisão, no momento, passando "O Homem Que Não Estava Lá".
Vinícius Valcanaia, cinéfilo-blogueiro , colunista esporádico da Rádio Criciúma, ex-atendente de vídeo-locadora, transformando-se em chef de cozinha em Londres (@vinny_funny – “O Homem que, infelizmente para seus amigos fiéis, não está aqui”)
Saudaaaades do Vinny!! Não temos como negar a falta que esse amigo faz nas nossas vidas!!
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